iniciação, perseverança,
adulto, sacramentos, etc. Nesta decisão encontramos um desdobramento da
reflexão e dos esforços de evangelização promovidos em toda a Igreja Diocesana
sob a inspiração das “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora
da Igreja no Brasil 2011/15”, particularmente da perspectiva de
ação denominada “Igreja: casa da iniciação à vida cristã”.
As iniciativas para
dinamizar a ação catequética demandam não apenas recursos materiais e humanos
mais também “conhecer a realidade, atentos aos sinais dos tempos e, em atitude
de discernimento, nela mergulhar iluminados pela fé.(DGAE 20015/2019, 16). Faz-se
oportuno acessar os dados coligidos pelos Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas –IBGE – sobre o Nordeste do Brasil e considerá-los no planejamento
das ações concernentes a formação das gerações atual e futura dos católicos do
território da Diocese de Picos.
Recentemente o Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) publicou no portal do
ministério dados reunidos na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
– PNAD, que revelam que as famílias beneficiadas pelo Bolsa Família
apresentaram uma queda na taxa de natalidade nos últimos dez anos. Segundo
levantamento do IBGE, as famílias 20% mais pobres do país – faixa que
corresponde ao público do programa – com filhos até 14 anos tiveram uma queda
de 15,7% entre 2003 e 2013.
Esse número fica ainda
maior no Nordeste, onde o decréscimo foi de 26,4%. A média geral do Brasil é de
10,7%. Segundo os técnicos do MDS a redução da natalidade está relacionada a
aspectos como o aumento da escolaridade da mulher jovem, a ampliação do acesso
aos serviços médicos e também ao maior conhecimento do público feminino sobre
sexualidade e métodos contraceptivos. (cf. www.noticias.uol.com.br)
Para o MDS os números põem
fim ao argumento de que as pessoas mais pobres engravidam para receber valores
maiores do Bolsa Família. (cf. www.brasil.gov.br). Entretanto, para
aqueles que são chamados a pensar, planejar e efetivar a ação pastoral da
Igreja Particular de Picos tais índices não podem passar despercebidos, já que
produzam novas questões, pois a queda da taxa de natalidade repercute
diretamente na ação pastoral. Destacamos algumas:
Em que faixa etária devemos
concentrar recursos matérias e humanos na transmissão dos conteúdos da fé? Não
esquecer que o número de crianças decresce, o de jovens permanece estável até
2030 e se amplia, gradualmente, o de idosos. Quanto aos jovens vale recordar
que estes podem ser subdivididos em três categorias: jovem-adolescente, com
idade entre 15 e 17 anos; jovem-jovem, entre 18 e 24 anos e jovem-adulto, entre
25 e 29 anos. Dados demográficos apontam que iniciaremos um processo de
declínio populacional antes de alcançar a metade deste século. (cf. Juventude
levada em conta, in:www.biblioteca.presidencia.gov.br).
Quais métodos utilizar e
como incorporar as novas tecnologias de comunicação na formação de crianças,
adolescentes e jovens? A pesquisa investigou o uso de celular e descobriu que o
contingente de pessoas de 10 anos ou mais de idade que tinham o aparelho para
uso pessoal, em 2011, foi estimado em 115,4 milhões, o que correspondia a 69,1%
da população dentro dessa faixa etária. Em 2005, eram apenas 55,7 milhões de
pessoas (cf. teen.ibge.gov.br)
Impõem-se a necessidade de
apresentar com vigor o ensinamento oficial da Igreja sobre o matrimônio e a
sexualidade, especialmente aos jovens e no diálogo com os novos casais, sejam
aqueles unidos ou não pela legislação civil ou pelo rito católico, recordar a
indeclinável responsabilidade de viverem a paternidade/maternidade responsável,
pois os filhos constituem o dom mais excelente do matrimônio. (Gaudium et Spes, 50;Humanae
Vitae, 9). Neste
tópico é doloroso admitir que existem porções da circunscrição diocesana onde a
percepção do matrimônio cristão católico está fortemente eclipsada. No labor
catequético o matrimônio é uma questão a ser abordada em chave transversal.
Isto faz dele presença obrigatória em todas as reflexões e decisões e a
sua ausência, em consequência, pode comprometer a incidência dos nossos
esforços no tecido eclesial.
Infelizmente o atual
momento histórico com suas várias crises – política, ética,
econômica…. – produziu o adormecimento da esperança. Não podemos
deixar que este estado de ânimo se instale em nosso espírito e nem tão pouco
nos abater pela enormidade dos desafios pastorais pois, como discípulos
missionários, não confundimos a esperança do verbo esperançar com a esperança
do verbo esperar. Esperar é atitude passiva diante dos dilemas presentes: eu
espero que mude. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é
construir, esperançar é não desistir! Esperançar é juntar-se com outros para
fazer de outro modo. (cf. Paulo Freire, Pedagogia da Esperança, um encontro…Paz
e Terra)

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